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Mostrando postagens de abril, 2015

Perdão Pascal

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Meu ovo de páscoa é de torresmo de barriga. Com recheio de Heineken. Que eu saiba, é só uma pessoa que vende ali no Padre Eustáquio e ele não é barato. Acredito que isso se deva ao mercado consumidor que é, de certo modo, restrito. Talvez por falta de conhecimento. Além do quê, imagino que a possibilidade da escolha da cerveja seja, no fundo, um empecilho à parte, que, segundo o rapaz que faz as encomendas, “isso defeculteia e muitcho”. Imagino que usar o verbo “defecultar” na mesma frase que “ovo de páscoa” é mesmo coisa defécil. Torresmo não é a felicidade em si. Mas é o que mais se aproxima no que se refere a excessos possíveis, tirando o sexo. No entanto, talvez não seja prudente relacionar o sexo à Páscoa, por mais puro que possa ser. Por mais que se trate de morte e ressurreição no ato em si, e de vida e crescimento pós ato, em alguns casos conceptivos. Já o sexo em si não é excesso. Mas em excesso, quando bem feito, ainda representa a felicidade possível. Uma espécie de Pásc

Um pau pra chamar de seu

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É preciso que algum estudioso faça um artigo de fundo sobre o pau de selfie.  Eu não sou estudioso e nem tenho conhecimento para isso. Aliás, nem pau de selfie eu tenho. Meu pau é outro. Oco. O pau de selfie é o falo contemporâneo. A ereção compartilhada.  Se dá assim: o pau de selfie fecunda o anonimato. Nasce o reconhecimento.  Filho legítimo do indivíduo com a sociedade, morre à míngua porque sua mãe é desnaturada. Ela não quer dar de mamar. Por isso, morre dias, horas, minutos depois, sem atenção, sem carinho, sem cuidados. Coitado. É preciso que alguém discorra sobre o pau de selfie. Coisinha fina que não faz canoa. Não bóia, não cutuca, não é pra toda obra, não escorrega, não protege, não faz calar. Não consola. Nem goza. Mas tá aí, pra cima e pra baixo pra todo mundo ver. Pau enorme, nosso pai? Eu tenho pena do pau de selfie. Porque de self ele me parece ter muito pouco. Não sei (mais) qual o limite do particular e do coletivo. Talvez es

Sirimim

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foto: Ana Guimarães San Bol.  Deus entrou pela janela do banheiro de madrugada.  O vento dizia Om e o Vazio entrou despreenchendo tudo.  Foi-se tudo.  Foice tudo. Banhei-me nas águas milagrosas de San Bol.  Eu caranguejo, sirimim. Ontem, massageio seus pés cansados de tanto Caminho em meditação. Descubro que eles estavam dentro d'água, banheira do amor. A banheira é de pedra, a água turmalina.  Vitrifique-se. O perdão clarifica o espírito, o amor ilumina a alma, a paz cristaliza o equilíbrio. Tornamo-nos um com o Caminho e o Vento.  Óh! Trigonal une verso! Há mar na banheira mágica de San Bol. E o Vento continua passeando na copa das árvores, mesmo quando não vejo. A Ave Maria na Banheira de San Bol me banhou o espírito, a fé e o Caminho. Sou grato a Peregrina Ana Guimarães.