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Mostrando postagens de julho, 2009

noitô

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Flávia já havia me advertido. Preciso aprender e apreender dizer não. Quantos rumos, tantos caminhos. Vivo sonhos impossíveis cheio das verdades que só existem aqui dentro. E sofro. Resolvo resolver. E sofro. Quando a escolha antecipa o sujeito e anula o eu, não há escolha, há saída. Caminhos revoltos, folhas que caem quando passo em câmera lenta. As árvores balançam, mas não sinto o vento. Estou ali longe, noutro lugar distante de mim, do eu, do ser, do estar, do permanecer, do ficar. Caixinha de fósforo com um besouro dentro. Mariposa na lâmpada que escuta o rádio valvulado. Luz amarela. Cheiro de café. E destôo de mim na noite que não cessa, não atravessa, não tarda, não falha. imagem em:http://media.photobucket.com/image/barulhos%20noturnos/joaobbbb/Belem/S2020057.jpg

Se

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Se onipotento oniconsigo? re-velando, tudo, multiplurestandoencantado. imagem em:http://www.guiapetecia.com.br/admin/novo/Racas/Guia-Pet-bbecf4fb24

ssssilêncio...

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No mundo da palavra, no mundo imagético em que vivemos, o over tá presente. É tudo demais, é tudo muito, é tudo tanto. O capitalismo incita, a gente aceita. E quando quem dá as regras são os norte-americanos (pelo visto, por enquanto...), aí o negócio engrossa. É como aquele programa que eu acho ridículo: extreme makeover , reconstrução total. Tá, é legal fazer casa pra quem tá precisando. Mas eles tem que fazer A melhor, A maior, A mais bonita, A isso, A aquilo. Eles deviam mandar fazer um monte de "As" pra pregar nas testas deles... - porque não tô querendo ser radical hoje, eu teria dito algo bem mais grosso. O que conta é o conto de fadas ao extremo, hiperrealista, não a finalidade usada como desculpa. Se não, podiam fazer um programa aqui no Brasil, no nordeste, na Somália, sei lá onde... Mas o bom é ficar um monte de retardado que quer aparecer na televisão gritando desvairadamente enquanto os mais mais se exaltam e curtem o gozo. Aliás, eu não tenho nada que ver com i

Máquina do Tempo

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Quem disse que não há? O Minas Tênis Clube tem o cheiro do meu avô. Entro pela portaria de baixo e, toda vez, tenho a impressão que vou encontrar uma piscininha de criança do meu lado esquerdo. Agora a piscina de criança e os brinquedos ficam do lado direito. Mas a construção onde fica o imponente Relógio do Minas - tem que ser com letra maiúscula - permanece. E me transporta ao princípio da década de 80, quando minha mãe parava o carro na frente da portaria da rua da Bahia e pedia: - Meu filho, vai lá buscar o vovô. Foram poucas vezes. Mas era interessante entrar no restaurante, chegar até aquela mesa cheia de velhos (na minha cabeça, à época) e chamá-lo, sem nunca deixar de ser apresentado por ele aos seus colegas de copo, sócios também remidos, senhores de outra época, cavalheiros como os que existiam na época em que o cavalheirismo era coisa de homem com agá. - Ô, bacanão! - dizia meu avô toda vez que encontrava um neto. Eu tinha medo dele. Na vedade, tinha também ciúmes. Eu era u

à poetisa preguiçosa

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à poetisa preguiçosa Se se põe a ser poema, sol poente, amanhã. Que hoje descubra a trema do universo, anciã. Mesmo modelos melífluos tem sua pungente pulsão. Só se ultrapassa o venífluo se for suspensa a razão. Por isso, finque a bandeira, do status, apodere; nem que o espelho queira lhe mostrar o que lhe fere... Em compassada passada rumo ao saber sem limite, tomada sua estrada, não titubeie, grite !

Caleidoscópio

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Ganhei um caleidoscópio. Quem me deu não sabe o que significa. Somos imagens. Cacos coloridos que, juntos, reconfiguram o ser. O não ser. Desenham o estar. Dependemos da luz que incide em nós, que atravessam nossas falhas, que fazem entoar nossas cores tantas, que refletem o brilho intenso-intrínseco que trazemos. Mas ainda assim, somos cacos. Também dependemos do outro, que nos viram de ponta-cabeça, nos moldam, nos comandam, nos sacodem, nos atrapalham, nos ordenam. Quantas vezes somos orientados por eles? O princípio da alteridade nos faz vítimas dos desejos alheios, muitas vezes. E o olhar... É no olhar do outro que nos tornamos, independentes de sermos. Ser e tornar. A questão do movimento novamente presente. Movimente o olhar sobre o outro. Movifalaverdade e diga o que acha dele. O outro também é só cacos. Mas no jogo impossível do querer, caleidoscópiosesseguram, se rodam-rodeiam, se sacodem, se colocam ao sol, na luz brilhante do desejo e se misturam catando cacos, contando so

De teste?

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Tenho acordado volta e meia às 5 da manhã.  Tá variando. Essa semana mesmo acordei 4:20h. Fico puto com essa minha falta de controle. Tenho estado tenso, ansioso, em busca, demais... Em busca de mais. Talvez por isso tenha me tomado de assalto essa idéia de fazer o Caminho de Santiago com meu amigo de colégio. Sabe quando deitamos na cama e o sono é superficial? Parece que não dormimos profundamente? Eu acordo a cada 15 minutos, parece. Como se alguém fosse entrar no quarto, como se alguém fosse me chamar, como se eu tivesse esquecendo alguma coisa. Credo. Acho que isso é saudade de dormir de conchinha . Detesto abrir a geladeira só pra ver o que tem lá dentro (mesmo sabendo que tudo que está lá dentro fui eu quem colocou...). Detesto essa mania de não saber esperar. Detesto deixar os outros esperando porque detesto esperar. Detesto injustiça.  Detesto o fato de detestar alguma coisa. Acho que tenho que estudar esta palavra: " detestar ". "De testar"... hum... pista

Claras Passadas

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Eles se conheceram assim. Correndo. E ouviram a música que corre em suas veias. Ele, um iniciante nas corridas, ela, uma veterana. Ele decidiu fazer uma maratona. E pediu a ela que o encontrasse no km 30. Ela, sonhadora, amorosa, entendeu que aquela corrida era a alegoria de sua vida, o exemplo de seu sonho, o desenho de seu coração, a imagem dos seus desejos mais profundos. E fez isso: no km 30, ela estava lá. Ele achava que estava em ótima forma. Ela achava que ele já estava delirando. Na verdade era ela que o movia. O combustível, o amor, a cada passo, a cada verso,  pulmão cheio. Inspiração. Era ela, passo a passo, noite e dia, razão e emoção, vida e morte, compreensão. Era ela, resultado, desafio, união, paradigma, noção. Era ela, só podia ser ela. Foi quando seu coração deu o grito. E do fundo, bem do fundo do ser, do não ser, do indizível, ele disse, simplesmente: quer casar comigo? - foi no km 32. Ela ainda achou que ele estava delirando... Mas a adrenalina passou. A linha de c

Eu, Caminho.

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Tudo indica que em setembro começa outra grande viagem. Aliás, eu tenho uma coisa com setembro. Minha estréia profissional nos palcos, foi no musical " Manoel, o audaz " em setembro de 1990. De lá pra cá, muitos setembros vieram, como diz a música: " Quando entrar setembro... " e, normalmente, me trazem coisas importantes. Dessa vez, a viagem vai ser outra.  Ramiro Maia, meu amigo desde a oitava série do Colégio Pitágoras, com quem eu passei o reveillon este ano, me chamou pra uma viagem para o exterior para o interior. O conhecido Caminho de Santiago de Compostela vai abrigar, nos seus 800km, esses dois perdidos, esses dois empolgados, esses dois colegas de colégio e de sonhos, que insistem em brincar, com mais de 30 e uns anos de idade... Para quê a vida? Para quê o sonho? Para quê tanta energia dispensada? Se se quer viver, simplesmente? Este rito considerado um " rito de desapego ", o de fazer o caminho, pode trazer muito mais que respostas. Espero que

O banquete da Nana

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Tiradentes, jantar do dia 11 para o dia 12 de julho deste mesmíssimo ano. Foi como encontrar com vovó Lygia. O aniversário da minha tia foi um retrato que se pega de surpresa na gaveta, e revela, inesperadamente, a constatação de se ter vivido intensamente... Naninha é assim. Sempre sorrisos, sempre atenta, sempre Sempre . Ela, como poucos, sabe o que é viver. O que é sobreviver. Sabe sobre viver. E sobre: vive assim, a nos ensinar, procurando no gesto, na palavra, o texto único que a faz uma professora das antigas, alguém disposta à troca. Delicadezas nem sempre percebidas: um recorte de anúncios de jornal pra comentar comigo, a curtição de uma tarde de convívio com as irmãs, uma indignação com as coisas pequenas das pessoas com hábitos pequenos. Naninha sacode a gente. Brava, dócil, tem o sorriso no olhar. E tem o jeito de olhar no próprio sorriso... Doida com o neto mais velho da minha avó, terna com seu neto mais novo. Ontem, quando sua neta mais velha a abraçou em uma hora qualque

Paradoxo do Amor

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tudo mais abstrato  nada mais palpável tudo mais abstrato tudo mais palpável nada mais abstrato  tudo mais palpável nada mais abstrato nada mais palpável

A___________b___________________ISMO

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Sou página em branco, lutoalegria, desejo de som, - silêncio!: panela vazia. Manteiga no sol, tempero do amor, reflexo da dor, - ciume!: sou só. Nostalgia. Recibo de mim; espelho no escuro; sou duro. Afoito e sem ar. Sou pedra, sou cedro, um dízimo ínfimo... Me ame assim, borboleta do mar. Mingau sem sal que queima na língua e racha os lábios de cor-te sabor. Apaga o amarelo, me traz o vermeho, enche o balde, transborda a lata e escuta meu grito: - agonia. Sou todo todo, sou todo todo. Sou todotodo, sou todotodo. Tudo, todo e todo tudo. Me perdoa...

Barato Total

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Acordei 5:27h. O relógio estava marcado pra 5:30h. Me recordei da fase, quando tinha acabado de separar, quando eu aceitava até batizados, programas possíveis pra quem não quer ficar só, não quer pensar muito nas coisas, outras, todas, enfim. Meio confuso, me levantei, peguei a roupa de corrida que eu tinha separado na noite anterior. Dormi cedo e não sonhei. Tomei um iogurte, comi uma banana, comi uma maçã. Coloquei um boné pra pentear o cabelo e lá estou eu na garagem de casa, a coruja a se perguntar: que diabos esse desinfeliz está fazendo aqui a esta hora?!? Acendi o farol, saí da garagem e fui ter com a noite, com a lua, com o dia quase amanhecendo. Subi pro Belvedere vendo a lua cheia, no horizonte, no céu preto azul, moldura de sonhos esperados dos românticos de plantão. Senti frio ao descer do carro, alonguei, e lá estava eu, a pesquisar o entusiasmo contagiante da minha amiga que faz da corrida sua religião, seu ar, sua água. Ela não viu que a entreguei uma flor imaginária em

A Pureza da Renata

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Fiquei com o post da Renata Feldman na cabeça. http://renatafeldman.blogspot.com/ Na verdade o post não me bateu tanto. O que me bateu foi o desafio:  "E você? Qual foi (ou ainda será, de acordo com o que você sonha) a maior emoção da sua vida?" Lá eu coloquei algumas coisas que me vieram na hora que li: o dia do meu casamento estar ao lado da minha avó quando ela faleceu o lançamento do meu livroCD o casamento do meu melhor amigo quando minha mãe sofreu um enfarto algumas noites específicas de amor ardente (eu disse amor ) uma decepção terrível com uma pessoa extremamente próxima Ou seja, algumas coisas que me vieram prontamente. Não necessariamente na ordem da menor pra maior emoção ou o contrário. Pensei em coisas que me sacudiram internamente. Agora mesmo quando escrevo este post, lembro de outras tantas: o dia em que desembarquei em Madrid pela primeira vez, na minha primeira viagem ao exterior quando levei de volta pra Catedral de Toledo a aliança que havia comprado lá

GPSoS

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11,52 km. 1:05:15h. Fiz uma montagem pra ficar mais fácil identificar o percurso, pra quem tiver curiosidade e clicar na imagem acima. É interessante como o coração da gente bate forte, cadenciado, ritmando as passadas, ouvindo as músicas, sentindo o percurso. 24 km neste fim de semana, mas uns vinte minutos de natação, uns 1.000 metros... Tudo pra tentar compensar os excessos. Muitas garrafas de cerveja, um chapéu pra criar um clima, uma camisa polo com um jacarezinho pra brindar o aniversário, bombons de fruta de uma caixa dada pelo dono, amigo do bar. Não comi nenhum bombom. Torresmo, sanduba de filé com ovo, cebola, tomate e queijo. Um pastel. Isso eu comi.  Alguns amigos. Tinha muita gente que eu queria que estivesse ali. Curioso que o ato falho se extende pelo texto. Quando escrevi a frase que veio antes da anterior a essa, coloquei: "tinha muita gente que eu queria que estivesse ela ". Notou o "ela" no lugar do "ali"? Mas eu mudei pra postar o &quo

Crises

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Boteco com a Cris. Fui cavalheirescamente pegá-la em casa.  Cris descendo a escada do prédio, na parte externa da habitação e, de dentro da janela do primeiro andar, se ouvia: - Tcha-au! E a Cris, também falantando: -Te-a-mo! E ele: -Te-a-mo! Ela: -Tcha-au! Ele:  - Te-a-mo! Uma coisa ! Daí, me pareceu que a blogueira não foi tão feliz no "hoje vou assim" (http://hojevouassim.blogspot.com/), justamente quando foi sair com seu amigo aqui. Eu disse a ela:  -Pô, Cris, tem certeza? Não vai sentir frio? E ela: - Hum... ah, deixa pra lá, ele vai ficar mais excitado se eu voltar pra pegar uma blusa de frio... Putz!, pensei: Mãe. E ponto.  Já hoje cedo, outra Cris me conta:  - Vovô, neném patel!  Neném patel, vovô... (" pastel" , ele queria dizer) Uma coisa!  Imagino que tão deliciosa quanto a cena que presenciei.  Uma, Cris. A outra, Cris. Duas Crises, duas mães. Apaixonadamente de olhos brilhando por seus picurruchos rebentos. E o mais doido: pergunta minha mãe sobre mim